VII Congreso Latinoamericano de Sociologia Rural

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20-24 de Noviembre del 2006 Quito, Ecuador

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Grupo Trabajo:01
autores:MARIA DO ROSÁRIO DE FÁTIMA ANDRADE LEITAO
Pais:Brasil
e-mail:rosario@hotlink.com.br
Categoria:Prof
Poster?:no
Titulo:CONFLITO DE GÊNERO EM COMUNIDADE COSTEIRA
Resumo:CONFLITO DE GÊNERO EM COMUNIDADE COSTEIRA

Maria do Rosário de Fátima Andrade Leitão (PhD na Complutense de Madrid)

Dra em Sociologia.Professora Universidade Federal Rural de Pernambuco. Brasil

O ensaio está fundamentado em dados coletados e analisados de um projeto de abrangência local, em A Ver-o-Mar, cuja comunidade tem como principal atividade à pesca.
A pesquisa buscou analisar as relações de gênero dentro de uma nova perspectiva de desenvolvimento humano, social e ambiental que está sendo vivenciada pelas mulheres da comunidade. Neste contexto, um grupo de aproximadamente 30 mulheres está envolvido numa intervenção na área de geração de renda, produção de bolsas artesanais, que tem aberto novas perspectivas de participação das mulheres na comunidade.
Durante as oficinas vem se registrando discursos aonde à idéia de autonomia econômica das mulheres vem fomentando a ameaça ao equilíbrio das relações sociais de gênero. No discurso das mulheres está presente a argumentação de que no imaginário social da comunidade a geração de renda poderá contribuir para coloca-las em pé de igualdade, garantindo a conquista de alguns direitos sociais e o declínio ou desagregação das relações conjugais, conseqüência decorrente da ordem social machista. Apesar de haver uma associação de moradores (as) e pescadores (as) há nove anos e a atual presidente ser uma mulher, a voz das mulheres ainda não é ouvida.
O descrédito evidenciado no discurso masculino, sobre as conquistas que as mulheres tem alcançado, pode ser analisado a partir dos mecanismos externo de controle do discurso elaborado por Foucault em A Ordem do Discurso.
Na comunidade de A Ver-o-Mar, constatou-se que sua constituição se deu a partir de cinco famílias originando assim uma territorialidade com características específicas: hermética e com superposição de vínculos, facilitando o exercício de poder tirânico. Destacam-se entre as 55 famílias pesquisadas a presença de 128 mulheres, sendo 82 em idade laboral, de 16 a 60 anos. Nessas 55 famílias se sobressaem 07 mulheres chefe de família (Ana, Lúcia, Maria, Lóide, Gércia, Maria do Carmo e Elude).
Com relação äs atividades laborais, na sistematização dos dados priorizou-se as informações referentes às 40 mulheres casadas, neste universo, 18 se denominaram trabalhadoras do Lar, 08 afirmaram desenvolver algum trabalho familiar sem remuneração, 5 asseveraram desenvolver trabalho permanente assalariado, 03 asseguraram realizar trabalho temporário assalariado, 01 aposentada e 05 declararam realizar outros serviços. Esses dados contribuíram na definição da nossa amostra, mulheres desempregadas ou subempregadas.

A violência simbólica contra a mulher que está presente na sociedade e que ocupa lugar privilegiado em alguns contextos sociais. Por exemplo, em A Ver-o-Mar, apesar da presidência da Associação de pescadores/as e moradores/as ser exercida por uma mulher, em última instancia quem tem decidido são os homens, em seu cotidiano as mulheres acreditam que o trabalho doméstico devem ser por elas executado. Assim, por exemplo, apesar de já terem realizado conquistas como ir a FENNEART, ou ter as bolsas comercializadas no maior Shopping de Recife, os homens e algumas mulheres consideram que estas realizações ainda não podem ser vistas como bem sucedidas e duvidam que o empreendimento possa dar certo. Tornando invisíveis seus sonhos, conquistas e a própria realidade.
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© Henrique de Barros


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